A
cerca de dois meses, fui apresentado a um dos homens mas ricos da Região dos
Lagos, considerado uma lenda viva nos negócios de mineração. Havia uma aura de respeito e curiosidade no escritório
da fazenda. Senti-me superior, importante como pastor Presidente do Conselho de
Tamoios, depois que aquele empresário poderoso, amigo de diversos homens
influentes, falou-me que o evangelho transforma a vida das pessoas, a começar
do seu porteiro, que outrora gastava todo seu dinheiro com bebida, e agora
enquanto crente tornara-se um empregado exemplar.
Os
políticos a cada eleição de dois em dois anos ,procuram nas Igrejas devido ao
crescimento dos evangélicos que desde 1980 foi de 155%.
Essas
estatísticas impressionam e nos envaidece, criando um verdadeiro ufanismo. Os
evangélicos, quando minorias não podiam nem mesmo sepultar seus mortos em
cemitérios romanistas. Agora, temos representação até mesmo no Congresso Nacional e
programas evangelísticos veiculados em rádios e televisões em rede Nacional
para atender cerca de 40 milhões de expectadores. Porém todo crescimento
acelerado sem base, torna-se perigoso com sua fragilidade ética e presas fazeis da soberba e da condenação
do diabo ( I Tm 3.6)
Em
Tamoios representamos 40% da população estimado em 60mil habitantes, porém
diversa não fazemos a diferença. A multiplicação de templos evangélicos e de pastores
neófitos não tem causado impacto em nossa geração. Estamos crescendo com
índices meteóricos, mas sempre na marginalidade.
Para
muitos da sociedade politizada, os pastores são manipuladores de auditório e
algumas igrejas simples agencias bancarias e as ovelhas descerebradas não
passam de massa de manobra. Em um passado, não muito distante, os pastores
pregavam palavras como: Graça, arrependimento
de pecados, redenção e santificação.
Hoje, somente se fala de cura,
prosperidade e conquista de poder.Antes a Igreja era terapêutica, agora se
encontra doente.
O
filosofo e teólogo dinamarquês Kierkaard
ilustrou com uma parábola a situação vivida pela igreja no século 19, que se
assemelha aos dias atuais. Contou-nos que um grande Circo se armou na cidade. Durante
os ensaios dos trapezistas e mágicos, começou um incêndio no circo. O palhaço, já
trajado e pintado correu para a cidade em busca de socorro. Desesperado, ele
gritava em praça publica pedindo ajuda. Porém, quanto mas gritava e corria de
um lado para o outro, mais as pessoas gargalhavam. Pensavam que estava fazendo
propaganda para lotar o circo. Exausto e em desespero, caiu de joelhos: “Por
Deus, por Deus! Ajudem-nos! O circo está em chamas.” Os mais velhos aplaudiram dizendo:
“O
palhaço e um grando ator, pois chora para fazer o povo sorrir”. E o circo foi
destruído pelas chamas.
A moral da Historia é que, se perder o testemunho, a Igreja
perde também a autoridade para denunciar
o pecado, mesmo com toda sua propaganda Ufanista. BARUCK
HÁ SHEM !
Sergio Cunha é Jornalista e Presidente do Conselho de
Pastores e Lideres Evangélicos de Tamoios.
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