quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Crescimento perigoso em Tamoios

A cerca de dois meses, fui apresentado a um dos homens mas ricos da Região dos Lagos, considerado uma lenda viva nos negócios de mineração. Havia uma  aura de respeito e curiosidade no escritório da fazenda. Senti-me superior, importante como pastor Presidente do Conselho de Tamoios, depois que aquele empresário poderoso, amigo de diversos homens influentes, falou-me que o evangelho transforma a vida das pessoas, a começar do seu porteiro, que outrora gastava todo seu dinheiro com bebida, e agora enquanto crente tornara-se um empregado exemplar.
Os políticos a cada eleição de dois em dois anos ,procuram nas Igrejas devido ao crescimento dos evangélicos que desde 1980 foi de 155%.
Essas estatísticas impressionam e nos envaidece, criando um verdadeiro ufanismo. Os evangélicos, quando minorias não podiam nem mesmo sepultar seus mortos em cemitérios romanistas. Agora, temos representação até mesmo no Congresso Nacional e programas evangelísticos veiculados em rádios e televisões em rede Nacional para atender cerca de 40 milhões de expectadores. Porém todo crescimento acelerado sem base, torna-se perigoso com sua fragilidade ética e presas fazeis da soberba e da condenação do diabo ( I Tm 3.6)
Em Tamoios representamos 40% da população estimado em 60mil habitantes, porém diversa não fazemos a diferença. A multiplicação de templos evangélicos e de pastores neófitos não tem causado impacto em nossa geração. Estamos crescendo com índices meteóricos, mas sempre na marginalidade.
Para muitos da sociedade politizada, os pastores são manipuladores de auditório e algumas igrejas simples agencias bancarias e as ovelhas descerebradas não passam de massa de manobra. Em um passado, não muito distante, os pastores pregavam palavras  como: Graça, arrependimento de pecados, redenção e  santificação. Hoje, somente  se fala de cura, prosperidade e conquista de poder.Antes a Igreja era terapêutica, agora se encontra doente.
O filosofo e teólogo dinamarquês  Kierkaard ilustrou com uma parábola a situação vivida pela igreja no século 19, que se assemelha aos dias atuais. Contou-nos que um grande Circo se armou na cidade. Durante os ensaios dos trapezistas e mágicos, começou um incêndio no circo. O palhaço, já trajado e pintado correu para a cidade em busca de socorro. Desesperado, ele gritava em praça publica pedindo ajuda. Porém, quanto mas gritava e corria de um lado para o outro, mais as pessoas gargalhavam. Pensavam que estava fazendo propaganda para lotar o circo. Exausto e em desespero, caiu de joelhos: “Por Deus, por Deus! Ajudem-nos! O circo está em chamas.” Os mais velhos aplaudiram dizendo:
“O palhaço e um grando ator, pois chora para fazer o povo sorrir”. E o circo foi destruído pelas chamas.
A moral da Historia é que, se perder o testemunho, a Igreja perde também a autoridade para denunciar  o pecado, mesmo com toda sua propaganda UfanistaBARUCK HÁ SHEM !

Sergio Cunha é Jornalista e Presidente do Conselho de Pastores e Lideres Evangélicos de Tamoios.

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