O meio campista Gérson ficou célebre não apenas por ter sido
uma das maiores estrelas do futebol brasileiro e tricampeão na Copa em 1970,
mas por ter formulado, na propaganda do Cigarro Vila Rica veiculado na
televisão anos depois, aquela que ficaria conhecida nacionalmente como lei de Gérson.
“O importante é levar vantagem em tudo, certo? “-Frase dita num carregado
sotaque Carioca de malandragem. Durante muito tempo Gérson tentou se
desvincular da fama de patrocinador dos espertalhões mas não teve jeito. A lei
de Gérson pegou. Porém infelizmente, a lei de Deus foi trocada pela Lei de
Gérson, por alguns obreiros, com a pergunta:
O QUE É QUE EU GANHO COM ISSO?
Certamente você já ouviu essa pergunta, mais de uma vez em
sua vida. E com certeza de algum evangélico. E com mas certeza ainda de algum
pastor. Em uma segunda feira, estive na reinauguração de um amplo salão na
chegada de Arraial do Cabo, onde uma pequena comunidade Cristã estava alegre
pela abertura da nova casa de oração. O jovem pastor acompanhada de sua esposa
estava em estado de pura alegria e agradecimento á Deus pelo vitoria alcançado
depois de um ano de evangelismo e discipulado. Porém o pastor que o antecedera
no minúsculo salão que comportava cerca de 10 pessoas, desistira do pastoreio,
fazendo a pergunta: “o que é que eu ganho com isso, em pastorear em um pequeno
salão?”
Estamos vivendo dias na Igreja evangélica, que alguns
pastores só admitem dar o máximo de si no ministério da Palavra sob certas
condições . São incapazes de se doar-se integralmente ao pastoreio das ovelhas
de Jesus, sem uma recompensa previamente acordada. Muitas das vezes, acreditam
que o ato de evangelizar, ou discípular são tarefas para iniciantes ou meros seminaristas.
Eles não se desprendem para na obra de Deus, serem discípulos que servem com
amor. Buscam, sim, apenas interesses individuais. São incapazes de dizer que ‘
andam pela fé, e não pelo o que vêem ‘(2 Coríntios 5:7 ). São incapazes de
cavarem poços por amor as almas perdidas. O escritor Paulo Angelim chamou este
tipo de: pastores maquiavélicos. Pois são astutos, ardilosos, pérfidos,
estrategistas, seguidores da doutrina do ‘Tudo tem de valer à pena’.
Esse tipo de obreiro esquece-se do conselho do filho do Rei
Davi: “Pela manhã semeia a tua semente, e a tarde não retires a tua mão, porque
tu não sabes qual prosperará, se esta, se aquela, ou se ambas são igualmente
bom” (Eclesiastes 11:6)
Certa vez, ao chegar com bastante antecedência ao culto
noturno na Assembléia de Deus em Macaé, um majestoso Templo que levou décadas
para ser construído, encontrei um senhor idoso varrendo o pátio da Catedral, e
depois limpando os bancos com suas mãos calejadas. Pedi licença e comecei a
orar de maneira silenciosa sem chamar a atenção, porém, antes, perguntei que
horas o presidente da igreja chegaria para dirigir o culto. O ancião calmamente
respondeu que o presidente chegara cedo e era o ultimo a sair do templo. Para
minha surpresa, na abertura do culto, quem estava no púlpito, era justamente o
Pastor Josias Gonçalves, aquele que cuidava com zelo da Casa de Deus.
Naquele momento foi que entendi, que aquele homem que durante
muitos anos trabalhando como cozinheiro da Cerj chegara ao posto máximo da
Igreja : Servo dos Servos.
“Ora, se ele, capacitado por Deus e habilitado pelo Espírito Santo,
se dispõe a fazer tarefas de aparente pouca importância, colocando toda essa
dedicação e desprendimento, imagine se o Sumo Pastor lhe confiar outras tarefas
de maior importância que presidir uma grande Igreja?
Sergio Cunha é Jornalista e presidente do Conselho de
Pastores e Lideres Evangélicos de Tamoios-2° Distrito de Cabo Frio.
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